Vereadora Elzinha Mendonça debate problemática das queimadas em Audiência Pública

por victor.farias — publicado 17/05/2019 17h00, última modificação 17/05/2019 17h00

Ascom Ver. Elzinha Mendonça

A vereadora e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Rio Branco, Elzinha Mendonça, realizou na manhã desta sexta-feira (17) uma Audiência Pública que teve por objetivo tratar a problemática das queimadas no período do verão, época em que Rio Branco se se torna um verdadeiro caos e toda a população é afetada diretamente.

Com o verão, o número de queimadas urbanas e rurais apresenta um aumento e pelo menos 90%. Os dados são do INPE. A queimada feita na área urbana é uma prática comum dos moradores das cidades. Em Rio Branco, aspectos culturais favorecem a proliferação dos incêndios neste período de seca. Além de um problema sob o ponto de vista do planejamento, as invasões são fatores que contribuem para a ocorrência de queimadas na capital. A queimada urbana consiste em atear fogo no lixo, restos de podas e roçagem, em terrenos e espaços vazio com muito mato ou lixo. Mesmo sendo nociva ao meio ambiente, à saúde e proibida por lei, essa prática continua muito forte e neste período de estiagem os focos de queimada acabam aumentando e gerando problemas ambientais, além de produzir problemas de saúde.

Participaram do debate órgãos federais, estaduais e municipais, o Major Falcão do Corpo de Bombeiros, o Tenente Coronel George Luís da Defesa Civil, a Secretária Municipal de Meio Ambiente Paola Daniel, o Promotor do Ministério Público do Estado do Acre Dr. Alekine Lopes, André Hassen presidente do IMAC, o professor Dr. Ary Paiva e a coordenadora do Curso de Engenharia Florestal Drª. Patrícia Amorim, ambos do curso do Engenharia Florestal da UFAC, Diogo Selhort representando o IBAMA e Alan dos Santos Pimentel da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Acre.
De acordo com a parlamentar muito mais importante que chamar a atenção de autoridades para a questão é fazer com que a população se conscientize para o que está sendo debatido.

“Como vereadora e presidente da Comissão de Meio Ambiente estou fazendo minha parte e convido a toda população a contribuir para minimizar os impactos das queimadas em Rio Branco. Estamos chegando num período chave em Rio Branco, período em que os incêndios florestais ocorrem diariamente e afetam toda uma população. A partir desta Audiência Pública iremos buscas soluções, trabalhar Projetos de Lei e trabalhar com mais afinco na questão ambiental”, frisou a vereadora.

Durante o período das queimadas, crianças e idosos sofrem com problemas respiratórios, as plantações são prejudicadas pela chuva ácida e danos irreversíveis são causados ao nosso solo que fica desnudo após o fogo na vegetação que o encobre.

O Major Falcão do Corpo de Bombeiros fala que é necessário haver mais fiscalização em torno da problema.
“É necessário fiscalizar, é importante que a população saiba que queimadas urbanas são atos criminosos, precisamos combater, precisamos informar a população, infelizmente nem todos sabem que se trata de um crime. queimadas ceifam vidas de todas as formas que possamos imaginar, precisamos viver e respirar ar puro, o Corpo de Bombeiros não medirá esforços para ajudar toda a população. É um tema que salva vidas. Estamos na segunda quinzena de maio mas logo chegaremos aquele período crítico, onde as queimadas irão prejudicar a todos e estamos aqui sempre para ajudar”, discorreu.

O Tenente Coronel George Santos falou da importância da educação ambiental.

“Estamos lidando com um problema grave de saúde pública. Fazemos o monitoramento de todas essas substâncias advindas da combustão das queimadas e assim traçaremos um plano de ação para atender toda a população. Queimadas não possuem fronteiras. Todos somos afetados independente de classe social, cor e origem”, disse.
A secretária Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Paola Daniel, fala do trabalho desenvolvido no município.
“Seremos o primeiro Estado a ter um medidor de qualidade de ar. A prefeitura está elaborando um inventário de gases que nos ajudará a minimizar as queimadas em nossa região”.

O presidente do IMAC, André Hassen, alertou para a questão das queimadas e fez um paralelo com o desmatamento que acontece de forma desmedida em todo o Acre.

“Precisamos fazer um paralelo entre queimadas e desmatamento. Também é necessário investir em educação ambiental, sempre irei bater na tecla da educação ambiental, precisamos envolver a sociedade”, explanou.
O professor Dr. Ary Paiva discorreu sobre o tema e falou do trabalho realizado pelo curso de Engenharia Florestal da UFAC.

“Somos um Estado que todos os anos sofre com a questão da poluição do ar, das partículas que trazem pra gente tantos problemas respiratórios. Nosso idosos sofrem, nossas crianças sofrem. O nosso curso vem trabalhando com muita veemência essa questão, leciono uma disciplina na área de queimadas e incêndios florestais e o que a gente identifica no Acre é que não são incêndios propriamente ditos, as pessoas colocam fogo mesmo. Os incêndios não são naturais como acontecem em outros países nas áreas florestais. As pessoas possuem aquele cultura de colocar fogo, o que é muito triste, precisamos nos conscientizar”.

Somente em Rio Branco no período de maio a setembro para os anos de 2014 a 2019 foram detectados 8.757 focos. Em relação ao perímetro urbano as regiões que apresentam maior número de focos de calor são as que compreende os bairros Cidade do povo, Amapá, Rosa Linda, Tucumá, Irineu Serra, Benfica, Santa Helena e Floresta Sul. De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde há um aumento significativo no número de casos de doenças respiratórias notificadas nas Unidades Básicas de Saúde de Rio Branco no mês de maio. Doenças que podem ser agravadas com a fumaça oriunda das queimadas rurais e urbanas.