Vereador Luz diz que transporte coletivo está próximo do colapso pelo efeito do coronavírus e invasão de clandestinos

por victor.farias — publicado 14/07/2020 12h56, última modificação 14/07/2020 12h56

O vereador João Marcos Luz (MDB) alertou mais uma vez a Prefeitura de Rio Branco sobre a crise no transporte coletivo de Rio Branco. O emedebista apresentou números que mostram a possibilidade de o sistema entrar em colapso devido à evasão de passageiros neste período de coronavírus, que segundo ele chega a 90%, além de apontar que os clandestinos continuam agindo sem qualquer ação da gestão municipal. O vereador disse que os trabalhadores e os usuários são os maiores prejudicados com a situação.

 

“O sistema de transporte coletivo de Rio Branco está próximo do colapso por conta, principalmente, do efeito da pandemia e da invasão clandestina. Quero passar os números recentes. São números assustadores. Digo isso porque todos nós sabemos a importância do transporte coletivo para a grande maioria da população. A evasão de passageiros é de 90%. Estou falando no período da pandemia. O sistema de transporte coletivo, antes da pandemia, transportava 80 mil passageiros. Hoje está transportando 12 mil. O faturamento do sistema de transporte coletivo era de 5 milhões e 600 mil reais. Hoje o faturamento está em 750 mil reais. Logicamente estamos diante de uma crise e esta crise precisa ser enfrentada por todos. O que acontece é que o Poder Público não tem feito a sua parte. Primeiro que até o momento não demonstrou nenhuma preocupação com o sistema de transporte coletivo. Não existe nenhuma medida, pelo menos não foi tornada pública, para amenizar os prejuízos do sistema. O prejuízo no sistema é prejuízo diretamente às pessoas que precisam se deslocar. São as pessoas mais pobres. São as pessoas que não tem transporte individual”, ressaltou.

 

Luz afirmou que a RBTRANS, órgão responsável pela fiscalização, não está cumprindo a sua missão de combater o transporte clandestino.

 

“O clandestino está atuando livremente em Rio Branco. Não estou falando dos aplicativos. Estou falando aqui, por exemplo, do táxi compartilhado, já que não existe esta modalidade. Não tem nenhuma regulamentação e está atuando livremente e a RBTRANS não faz nada. A Prefeitura de Rio Branco, a prefeita Socorro Neri, não toma nenhuma atitude. Estou me referindo, pasme, a veículos de placa cinza atuando livremente no transporte de passageiros de Rio Branco. Já fiz denúncias, encaminhei para a RBTRANS. O colapso do transporte coletivo é um prejuízo incalculável. Primeiro prejudica quase mil empregos diretos e segundo prejudica o direito de ir e vir da grande maioria da população de Rio Branco. Nós já tivemos uma empresa que foi afastada e ao entrar outras empresas houve prejuízos enormes, inclusive, quase prejuízos milionários aos cofres públicos. Quando esta empresa quebrou, tiveram prejuízos enormes aos trabalhadores. Tem gente que até hoje não recebeu a rescisão. O usuário sempre paga a conta. Não estou vendo nenhuma preocupação da Prefeitura de Rio Branco com um tema que move o país, que é a mobilidade urbana. Portanto esses números são números reais. Era para estar inclusive no Portal de Transparência. Estes números para quem conhece o transporte coletivo é quase o fim do transporte coletivo em Rio branco. Estive fazendo uma pesquisa em Curitiba e em Goiânia, são as principais capitais de exemplo de qualidade no transporte coletivo, obviamente lá está tendo crise. Se lá está tendo crise, a crise é generalizada”, indicou.

 

No final do discurso, o vereador João Marcos Luz afirmou que a Prefeitura Socorro Neri desconhece a importância do sistema de transporte coletivo. “Finalizo apenas lamentando. A crise ela é nacional, mas estou vendo o Poder Público agindo de várias formas porque acredita e vê no transporte coletivo prioridade no dia-a-dia das pessoas. Aqui em Rio Branco não estou vendo. A prefeita Socorro Neri desconhece totalmente o que é mobilidade urbana, o que é transporte coletivo e o que é o direito de ir e vir das pessoas que mais precisam deste meio”, encerrou.