Tribuna Popular: Câmara debate falta de mediadores e cuidadores nas escolas

por Marcela Jansen publicado 26/03/2024 20h46, última modificação 26/03/2024 20h46

 

Atendendo a requerimento da vereadora Elzinha Mendonça, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na terça-feira, 26, uma Tribuna Popular no qual debateu a falta de mediadores e cuidadores nas escolas municipais. Na ocasião, o parlamento recebeu a presidente da Associação Família Azul, Heloneida Gama, bem como Jean Lunir e Saana Mirela, pais de crianças com necessidades especiais.

"Trago nesta manhã um debate importante, que é a falta de profissionais capacitados para atender alunos com necessidades especiais, especialmente, os autistas, em creches e escolas municipais. Tenho recebido muitas de denúncias a respeito desse assunto e, com isso, fui visitar algumas das instituições educacionais da nossa cidade e a situação realmente é cruel. Essas crianças estão sendo deixadas a margem, sem suporte adequado para o seu desenvolvimento", disse Elzinha Mendonça.

A vereadora pontuou também sobre os educadores estarem sobrecarregados devido as salas de aula estarem lotadas. "Isso compromete o direito de educação inclusiva. Como pode uma escola ter 74 alunos com necessidades especiais e o número de profissionais com capacitação para cuida dessas crianças é inferior a 1%. Isso é inadmissível", falou.

Elzinha cobrou da Secretaria Municipal de Educação uma solução para a falta desses profissionais nas escolas da Capital. "Que a Secretaria tome medidas imediatas para solucionar essa crise que já vêm durando muito tempo e tem prejudicado as crianças, pais, famílias. Não podemos espera, é preciso garantir a contratação de professores capacitados promover a formação continuada para todos os educadores e implementar política de inclusão escolar. Isso é algo que é necessário e a prefeitura, através da Secretaria de Educação precisa se posicionar", disse.

Ao dispor da fala, Heloneida Gama pontuou sobre a efetivada das políticas públicas direcionadas as pessoas com necessidades especiais. Ela também agradeceu a vereadora Elzinha por levar o debate a Câmara Municipal.

"Quero agradecer a vereadora Elzinha por trazer este debate ao parlamento municipal. Precisamos do apoio de vocês, ele é fundamental para que se avance nesse debate e, consequentemente, se fortaleça as políticas públicas voltadas as pessoas com necessidades especiais. Precisamos trazer a comunidade para dentro desse debate", disse Heloneida.

E acrescentou: "vocês nos representam aqui neste parlamento, então, nos ajudem. Eu não quero um viaduto, quero psicólogo, mediadores, apoio para nós e nossos filhos. Se a mãe tiver que sair do emprego para cuidar do filho como que ela vão sobreviver? A atual gestão tem que refletir nessas coisas, vocês precisam intermediar essa questão. Não tenho acesso ao prefeito, a secretária de Educação, nenhum deles nunca chamou o movimento para conversar. E olha que todos os anos temos dificuldades com essa questão do mediador. Não é um debate recente, é antigo e pouco avançou", falou.

Saana Mirela, mãe de uma criança com necessidades especiais, por sua vez, cobrou um posicionamento mais firma do Executivo Municipal. Ela relatou ainda sobre a dificuldade em matricular o filho nas unidades de ensino em Rio Branco.

“Sou mãe de uma criança autista, nível moderado, e luto pela inclusão dele sempre. Hoje, ele tem três laudos e o município continua negando o direito a ele. Para se ter uma ideia, na escola em que estou buscando uma vaga, ele concorrer no sorteio com todos os demais, não existe a destinação de vagas para crianças especiais. Porque não existe?. E ainda que ele seja sorteado não terá uma profissional para ajudá-lo em sala de aula", disse Saana ao destacar ainda que fez contato com outras mães e desejam recorrer ao Ministério Público para buscar solução ao problema.

"Quem é a voz que nos representa? precisamos que este parlamento se levante em nossa defesa, defesa de nossos filhos. Estamos aqui falando sobre a necessidade de ajuda de vocês, do Ministério Público. Estão fazendo um viaduto orçado em R$ 18 milhões, enquanto estamos padecendo dentro de buracos e lama. Elegemos representantes, quem aqui está nos representando?', questionou.