Racismo estrutural é tema de debate na Câmara de Rio Branco
A Tribuna Popular que tratou sobre o assunto foi requerida pelo vereador Francisco Piaba
O racismo está incrustrado na sociedade. O preconceito de raça ainda é evidenciado de forma latente, o que torna ainda mais importante o debate sobre o tema para que as leis se tornem mais severas para os que comentem esse tipo de crime ! Foi com esse propósito que o vereador Francisco Piaba (União Brasil) requereu uma Tribuna Popular nesta quinta-feira, 25, na Câmara de Rio Branco.
Para o espaço reservado antes de iniciar as sessões, sempre com assuntos de interesse público, foram convidados o delegado titular da Delegacia da 2ª Regional, Samuel Silva Mendes, o promotor de Justiça da 4⁰ Promotoria, e que também responde pela Promotoria Especializada de Defesa dos Direitos Humanos, Tales Fonseca Tranin, e a presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-AC, Drª Mary Barbosa.
O delegado Samuel, que em janeiro deste ano foi vítima de racismo quando um idoso de 69 anos se recusou a ser atendido por ele afirmando que queria ser atendido "por um delegado branco", salientou sobre a importância de discutir o tema, uma forma de diminuir o racismo estrutural, enraizado durante séculos na nossa sociedade.
"A tribuna requerida pelo vereador Piaba é de extrema relevância, o parlamentar está de parabéns em colocar o assunto em pauta aqui na Câmara. O tema deve ser sempre colocado em evidência sempre, e não somente em datas que ressaltam a nossa luta. A sociedade deve entender isso, as pessoas devem ter consciência que o preconceito de raça é crime.
A Drª Mary Barbosa frisou que a Comissão de Igualdade Racial da OAB foi instituída em 2022.
"Estamos acompanhando os casos de racismo e injúria racial e encaminhando para as autoridades competentes, como o Ministério Público, Defensoria Pública ou as delegacias pra registrar boletim de ocorrência.
A iniciativa do vereador Piaba é louvável, pois, quanto mais debates, mais se tocar no tema, mais iremos fortalecer a causa".
O promotor Tales Fonseca Tranin enfatizou que, infelizmente, algumas pessoas ainda diferenciam as outras pela cor. "Todos são iguais, não importa a cor, raça, enfim! As penas para quem comente o crime de racismo ou de injúria racial ainda são baixas, de três a cinco anos. Ou seja, existem as leis, mas só que deveriam ser mais severas".
O vereador Francisco Piaba
destacou que é preciso combater esse tipo de violência, um crime que afeta milhares de pessoas." Não podemos julgar as pessoas pela aparência ou pela cor. Todos somos iguais. Temos ainda um caminho muito difícil a ser percorrido e combatido. Precisamos respeitar os nossos irmãos", concluiu o parlamentar. (Dell Pinheiro / Assessoria ver. Piaba)