Mulheres da Associação Brasileira de Advogados apontam negligências na saúde do Acre em debate na Câmara de Vereadores

por Lumarques — publicado 23/06/2022 15h41, última modificação 23/06/2022 15h41

A Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Rio Branco desta quinta-feira, 24, foi ocupada pelas representantes da Associação Brasileira de Advogados do Acre (ABA/AC), que a convite da vereadora e presidente da Comissão de Mulheres, Lene Petecão (PSD), falaram sobre as negligências cometidas contra as dez crianças, que morreram no estado por falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e oxigênio.

Em sua fala, a advogada e diretora-geral da ABA/ACRE, chamou atenção para a situação em que se encontra a saúde pública do estado. “Eu fui voluntária no hospital da criança, conheço a realidade. Fizemos estudos sobre as UTIs, em 2019 já tínhamos apresentado essa problemática, a necessidade das UTIs. Será que a abertura de sindicância vai resolver? Os servidores também são vítimas e estão trabalhando de forma desumana. O que precisa ser cobrado é o que foi feito e por que os leitos estavam fechados e as crianças não tiveram acesso a UTI”, destacou Gracileidy Bacelar.

Emocionada, a presidente da Comissão de Mulher da ABA/AC, Eleni Melo, se solidarizou com as mães das crianças. “Eu tive um familiar muito próxima que morreu em condições parecidas. Eu sei como dói você procurar um atendimento, as pessoas que estão ali até tentam, mas não têm o mínimo necessário de medicação, não tem UTI e isso é um problema que se arrasta há muitas gestões. Aqui eu externo a minha solidariedade às mães e familiares das crianças”, afirmou.

“Como mãe, eu me sinto enlutada, pois imagino o quanto deva estar sagrando o coração dessas mães, pais e familiares. Enquanto isso, o governador viaja, as custas do dinheiro público, para a Suíça. Sequer teve coragem de encarar essa realidade, tem fugido. No fim das contas, que dançou fomos nós, a população que dançou por acreditar que o governador dançarino faria alguma coisa pelo Acre”, afirmou a vereadora Lene Petecão.

De maio a junho, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) confirmou a morte de dez crianças, entre dois meses e quatro anos de idade, por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR), em decorrência da superlotação dos leitos de Terapia Intensiva infantil no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), além da longa fila de espera por vagas.

 

***Por Ascom