Falta de apoio do poder público para as Casas Terapêuticas em Rio Branco é tema da Tribuna Popular na CMRB
Atendendo a propositura do vereador Arnaldo Barros (Podemos), o espaço Tribuna Popular na Câmara Municipal de Rio Branco desta quarta-feira (22), recebeu os coordenadores das Casas Terapêuticas de Rio Branco que usaram o espaço para reivindicar parcerias com a prefeitura e governo para manutenção das casas de acolhimento para dependentes químicos.
A associação de Parentes e Amigos dos Dependentes Químicos (APADEQ), fundada há 27 anos é um dos centros que sofre com a falta de parceria do poder público. O presidente da entidade, Antônio Balica disse que são necessários mais investimentos e cobrou a criação de políticas públicas mais eficazes, para que de fato as Casas possam oferecer um trabalho mais efetivo a fim de construir caminhos para a recuperação e a reinserção social dos dependentes químicos.
Ainda em sua fala, afirmou que já havia participado de algumas reuniões com o prefeito Tião Bocalom, do qual teria se comprometido com causa, mas infelizmente nada teria acontecido e reiterou o pedido de apoio ao parlamento mirim.
“Temos uma Legislação de 2008 que prevê políticas públicas para trabalhar essa questão, com pessoas que têm problemas com drogas ilícitas. Porém, essa questão fica somente no papel. Atualmente, temos muitas dificuldades. Não temos nenhuma parceria e nenhum retorno do poder público, tanto estadual, quanto municipal. Os problemas estão aumentando, a "cracolândia" continua crescendo em Rio Branco, e nada está sendo feito. Vivemos uma situação caótica no município", desabafou Antônio Balica.
Oziel Muniz – coordenador da Casa Terapêutica Vida Plena, destacou o trabalho social executado pelos centros e disse que atualmente o centro sobrevive da ajuda da comunidade.
“Buscamos retirar das ruas essas pessoas que sofrem com a dependência química. Nas casas nós cuidamos da saúde, oferecemos assistência social e até mesmo educação, hoje temos duas pessoas que foram tiradas das ruas e já voltaram a estudar, temos feito tudo isso com amor e a ajuda da comunidade, precisamos urgente desse apoio, criamos até um projeto para que a prefeitura pudesse assumir 10 leitos em cada centro, mas não tivemos resposta ainda”, lamentou.
Autor do requerimento o vereador Arnaldo Barros, falou que as casas terapêuticas precisam urgentemente de ajuda.
"Tínhamos 22 casas de apoio em Rio Branco, e mais da metade fecharam suas portas porque a Lei não está sendo cumprida. Inclusive, uma Lei municipal não está sendo colocada em vigor. Somente em Rio Branco, 33% da população é viciada em algum tipo de droga, ilícitas e lícitas, como destacou uma pesquisa o site Uol e a Folha de São Paulo. Se hoje, às famílias quiserem internar um parente em alguma casa terapêutica terá dificuldades", enfatizou Barros.