Em audiência pública, Câmara debate instituição do 'Programa Maria da Penha Vai à Escola'

por Marcela Jansen publicado 27/11/2023 14h30, última modificação 27/11/2023 14h30

 

Atendendo a requerimento da vereadora Lene Petecão (PSD), a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na sexta-feira, 24, uma audiência pública onde debateu o Projeto de Lei nº 41/2023, no qual institui o “Programa Maria da Penha vai à escola”. 

“É um projeto que apresentamos nesta Casa com apoio total da vereadora Elzinha Mendonça. Crianças que no futuro, serão adultos, então têm que ensinar que a violência não trás nenhum resultado. O objetivo é ressaltar importância do Projeto “Maria da penha nas escolas”, levar informações e conscientizar jovens sobre a importância a respeito de igualdade e prevenção. Questões que podem contribuir para uma sociedade mais Justa e igualitária. É uma luta que não tem gênero e nem cor, buscamos energia e força para lutar, temos projetos. É uma por todas e todos por uma. não tem jeito”, pontuou Lene Petecão.

A audiência contou com a presença da Drª. Patrícia de Amorim Rêgo, coordenadora-geral do Centro de Atendimento à Vítima Ministério Público do Estado do Acre; Drª Tatiana Martins, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/AC; Danielle Santana, Gerente do Departamento de Políticas Para Mulheres e Coordenadora da Casa Rosa Mulher; Kelcimaria da Costa, Coordenadora em Exercício da Delegacia Especializada De Atendimento À Mulher (DEAM); Izequiel, policial Rodoviário Federal; e Sargenta Naiara, Patrulha Maria Da Penha.

A sargento Nayara Araújo da Patrulha Maria da Penha, evidencia o “tabu” e a importância do projeto em escolas “elas também sofrem violência”

“Hoje é um tabu, e quando a gente não conversa, quem ensina é a sociedade, de uma forma errada. A escola ensina, mas quem educa é a família é você que está com seu filho praticamente 24 horas do seu dia, nós estamos preparados para ensinar nossos filhos? já me livrei de certos dogmas, e de certas crenças que eu tenho a respeito do machismo, sobre o que é ser mulher, sobre o que é ser homem, temos, eu tenho, eu cresci nessa sociedade e fui ensinada assim”. E acrescentou: “nossa crianças estão adoecidas, nós precisamos realmente conversar, não só sobre a violência contra a mulher, mas também contra elas, elas também sofrem violência”, disse.

Daniela Santana, gerente do departamento de políticas para as mulheres e coordenadora da Casa Mulher destaca que é necessário o trabalho de conscientização nas escolas.

“A gente já vem realizando alguns trabalhos, nas escolas, em parceria com a SEME, fazendo esse trabalho de conscientização com nossos pequeninos, por que a educação tem que começar nas escolas, porque eles são nossos futuros. Destaco que pensar que é nas escolas que o aluno começa a colocar para fora o que tá vivenciando dentro de casa. Então, precisamos fortalecer essa mulher, nossas crianças para que futuramente elas não venham a sofrer violência”.

A presidente da Comissão de Mulheres, vereadora Elzinha Mendonça (PSB) cobrou a participação de parlamentares em debates pautados em relação às mulheres.

“É um momento importante, temos que discutir e digo que é um assunto que envolve todos, tivemos apoio dos parlamentares para realização da audiência, mas não vejo nenhum presente. Lamentável, deveriam estar aqui debatendo e contribuindo conosco”, disse a vereadora.

E complementou: “a sociedade está adoecida, tratamos com banalidade um ranking de violência. Tivemos avanços, mas podemos fazer mais, ocupamos espaço de poder, mas ainda é pouco, é necessário que haja mudanças. Então, essa consciência e educação iniciam na base”.

A coordenadora-geral do Centro de Atendimento à Vítima do MPAC, Patrícia Regô evidenciou a importância do projeto no Estado e Município. “Nós vivemos em um Estado onde os riscos de violência doméstica são altíssimos e faz todo sentido porque o feminicídio ele é o último degrau na escalar de gênero”, frisou.

Disse mais: “nós quanto sociedade precisamos mudar essa realidade e o parlamento tem o papel fundamental nisso, um papel fundamental para dar visibilidade para isso para fazer discussão sobre essa temática e para aprovar lei no sentido de mudar essa realidade, essa deveria ser um prioridade deveria está na agenda prioritária de todo o poder público da sociedade como todo e do parlamento”, evidencia A autora do requerimento, vereadora Lene Petecão destaca a importância do projeto e do desenvolvimento e conscientização de jovens.” (Por Emely Azevedo, estagiária de Jornalismo na CMRB)