Câmara de Rio Branco debate violência contra a mulher

por julianaqueiroz — publicado 28/08/2017 17h29, última modificação 28/08/2017 17h29

Durante a manhã desta segunda (28) as mulheres ocuparam quase que por completo a plenária da Câmara de Rio Branco para debater a respeito da problemática da violência contra a mulher na capital.

Por meio de requerimento de autoria da vereadora Lene Petecão (PSD), a semana no parlamento municipal começou com uma audiência publica para debater a temática da violência contra a mulher e as politicas publicas no ano em que a Lei Maria da Penha completa onze anos. Para vereadora Lene Petecão, a mulher hoje está com poder nas mãos.

“Durante anos a mulher viveu submissa e sofrendo em silêncio, hoje ela está com o poder na mão, pois quando um homem a agride, ele não é mais só um agressor, mas um criminoso, pois a lei vem para condenar e julgar quem pratica violência, mesmo com a demora dos julgamentos”, disse Lene.

Recentemente a vereadora Elzinha Mendonça (PDT), que é presidente da Comissão da Mulher da Câmara apresentou o Projeto de Lei que institui a divulgação do disque denuncia 180 e que haja atendimento local para destinar as vitimas aos órgãos competentes.

“Não somos mais um sexo frágil e nem permitir que nos calem por uma questão de ego, machismo ou qualquer outro problema que faça o homem descontar suas frustrações na mulher. Hoje somos minoria na casa, mas somos a maioria para tomarmos uma atitude e mudarmos a realidade de nossas vidas. Vamos levar ao conhecimento de todas os seus direitos”, enfatizou Elzinha.

Para a promotora Dulci Helena da décima terceira promotoria de justiça criminal especializada no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, devido a grande demanda do judiciário e denuncias feitas, alguns casos acabam sem solução pela burocracia das instituições.

“Desde que a lei surgiu para defender a mulher, cresceu a demanda de vitimas que deixaram seu silêncio de lado e passaram a denunciar. Lamentavelmente algumas burocracias acabam atrapalhando o julgamento dos casos. Pensando nisso, o ministério publico e o tribunal de justiça criaram o mutirão destinado a não permitir que prescrevam as penalidades e buscamos solucionar tudo em tempo hábil. E lembramos que a mulher jamais deve se calar diante de qualquer ato contra ela”, destacou Dulci.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Acre, Victor Augusto de Farias, destacou que é necessário apresentar casos de sucesso e motivar outras mulheres a reconhecerem seus direitos.

“Precisamos passar a trabalhar o lado positivo de algo que é de interesse de todos e não somente das mulheres. Precisamos de uma sociedade justa e igualitária. Precisamos expor nossos grupos de ajuda, pois só trabalhamos o nosso meio e esquecemos o coletivo. Proponho até que as instituições formem um comitê de combate a essas praticas e leve as mudanças que mulheres deram as suas vidas após vencer o medo e o silêncio”, frisou Victor.

Participaram da discussão, vereadores da capital, ministério publico, secretaria de mulheres, sindicato dos jornalistas, entre ativistas e outras autoridades.

 

Assessoria - CMRB